sexta-feira, 15 de novembro de 2013

/faz-me amar o teu amar

Nas tuas mãos, meu coração chora sangue que nao ves bate louco sem se notar Vive das noites esquecidas na tua cama. Fingidas as vontades de não ficar O meu amor é diferente daquele que tu sentes e da forma que tens de amar Eu quero a agua que bebes quero os beijos que nem pedes tu so te queres no meu olhar. De noit' entro no teu jogo Teu corpo vira meu fogo peço-te entao, para ficar. Faz de mim o teu leito, abraça-me sem me abraçar, adormece no meu peito, faz-me esquecer o meu jeito faz-me amar o teu amar

/pensantemente irracional

Os dias passam e cada vez mais sou menos alguém. 
O sol nasce e dorme, mas eu mantenho-me adormecido mesmo após acordar. 

Vagueio pela cidade em busca não sei bem de que, não sei bem de quem. Talvez de mim, do meu lugar. 

Mas cada vez mais me encontro longe da razão. 

Sou irracional. Pensantemente irracional. 

Tão perdido em mim que não mais me encontro. 
Essencialmente cansado de me procurar sozinho. 

Quem sou? 

E porque sou? 
E com quem devo ser… 

Já nem a luz da cidade me traz a antiga alegria fugaz. 

Já nem Lisboa tem espaço p'ra me procurar. 

Para onde vou? Para onde caminhar quando tudo o que sei está aqui?


Mas aqui... já não tenho para onde ir.

Os dias passam... Mas eu não passo com eles, passo por eles, entre eles. Cada vez mais sumido de mim.

/caminhante do luar

Morrer para o mundo dos caminhantes
nascer para a luz negra do luar.
Vaguear pelas ruas quase desertas do domingo citadino
em busca do alimento certo que sacie as minhas fomes.

Sou um bicho dA noite, 
um caminhante do luar. 
Sem pressas 
mas com fomes por saciar.

/hoje

Sofro constantemente a sede de amor eterno e paixão profunda. Sofro por não amar, sofro por não ser idolatrado, sofro por não saber viver a paixão.
E quando me apaixono, nos pequenos segundos de paixão que sinto ambiciono o eterno e perco os pequenos momentos que tenho que podiam alimentar uma vida; a minha vida.
Sofro depois por ter sido tocado pela paixão e a ter ignorado, sofro por não me amar por isso mesmo.
E de sofrimento em sofrimento esqueço-me de me amar e de amar o que me rodeia.
Esqueço-me de agradecer ter tantas mãos que me apoiam nas quedas e não falam nunca sobre isso, esqueço o amor gratuito que recebo, esqueço os pequenos momentos mágicos da vida e todas as oportunidades que esta me dá.
Hoje não ignorei um momento e não tive medo de o viver e foi mágico. Tornou-se mágico. Podendo não significar nada amanhã ou nos próximos amanhãs.... Hoje foi mágico.
Ás vezes os momentos bonitos limitam-se a acontecer e se os soubermos agarrar conseguimos ver a vida com uma luz mais nítida e esperançosa.
Hoje a noite transformou-se em dia com alegria no olhar e sorrisos envergonhados cheios de vontade e desejo sem malícia.
Hoje a energia explodiu em certeza e a certeza fez sentido.
Repito; amanhã pode ser uma memória e em outros amanhãs nem disso me recorde. Mas o sentimento vivido ficará para sempre.
Hoje agarrei a vida mesmo quando esta vida me fugia sobre quatro rodas, sem eu saber o que estaria a perder, regressou sem me aperceber no quão certo era permitir acontecer tal retorno.
E poucas palavras trocámos, e pouco contacto tivemos e poucas notas se soltaram... mas trocámos tivemos e soltaram-se certezas de "não sei que". E esse desconhecido é bom, é óptimo.

Hoje deito-me sem sofrer e com um sorriso nos lábios. e guardo as notas e palavras musicadas que ouvi na sua voz.
Hoje a paixão existiu e viveu-se; por momentos...

/lua cheia


A lua enche-se… enche-se de desejos e enche-me a mim de pensamentos obscuros e pecaminosos. Cheio fico de vontades e as vontades em mim se acumulam, enchendo-me de morte e solidão a cada cm3 que ocupam. A lua,esta noite quase cheia, pede-me que grite e ataque, mas vitimas, nem sinal. Sou um caçador com tanta sede de sangue mas sem ter quem atacar. Rasgo as carnes no pensamento e as mesmas carnes são invadidas por mim. E, ainda no etéreo, sou o rei do prazer, o senhor do desejo que sacia as fomes profanas através de orgásmicos urros. Sonho com tudo aquilo que esta noite não tenho. E por sonhar assim não adormeço...