Era uma vez uma guitarra que tocava sempre baixinho.
Tocava baixinho com medo de acordar a saudade.
Tocava frases melódicas nunca antes ouvidas para não despertar as memórias; e tocava-as baixinho…
Baixinho..
Não fosse alguém recordar-se de uma nota e trazer de novo a tristeza ao bairro desta cidade.
Esta guitarra já não chorava, as cordas já não tinham lágrimas, secaram; não fossem essas lágrimas desencantar o sono da voz da fadista.
(se a fadista se lembrasse do que era o fado
as memórias, a saudade e a tristeza voltariam aquele bairro.)
Então a guitarra fingia-se alegre e tocava cantigas novas.
Sem memórias, sem saudade, sem história…
E tocava baixinho, para não acordar as lágrimas da cidade.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
/a dor sem o Fado
Desde o dia em que o Fado se calou.
Do momento em que a saudade se escondeu
Quando a guitarra suas lágrimas secou
Todos esqueceram o que era o Fado menos Eu.
Os poetas já não escrevem as verdades
Sobre o passado, a mágoa e o amor.
Criam versos onde reina a felicidade
Com receio de lembrar o que era a dor.
E agora aquelas cordas já não tocam
Os poemas da memória e da saudade.
O silêncio já bateu a cada porta
De silêncio enchem-se as ruas da cidade.
Vivem presos a uma falsa realidade
Por não chorarem as dores do passado.
O Fado chora e grita - é liberdade
E a cura desta dor é só o Fado .
Do momento em que a saudade se escondeu
Quando a guitarra suas lágrimas secou
Todos esqueceram o que era o Fado menos Eu.
Os poetas já não escrevem as verdades
Sobre o passado, a mágoa e o amor.
Criam versos onde reina a felicidade
Com receio de lembrar o que era a dor.
E agora aquelas cordas já não tocam
Os poemas da memória e da saudade.
O silêncio já bateu a cada porta
De silêncio enchem-se as ruas da cidade.
Vivem presos a uma falsa realidade
Por não chorarem as dores do passado.
O Fado chora e grita - é liberdade
E a cura desta dor é só o Fado .
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