Desde o dia em que o Fado se calou.
Do momento em que a saudade se escondeu
Quando a guitarra suas lágrimas secou
Todos esqueceram o que era o Fado menos Eu.
Os poetas já não escrevem as verdades
Sobre o passado, a mágoa e o amor.
Criam versos onde reina a felicidade
Com receio de lembrar o que era a dor.
E agora aquelas cordas já não tocam
Os poemas da memória e da saudade.
O silêncio já bateu a cada porta
De silêncio enchem-se as ruas da cidade.
Vivem presos a uma falsa realidade
Por não chorarem as dores do passado.
O Fado chora e grita - é liberdade
E a cura desta dor é só o Fado .
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