Apenas ouço o silêncio das coisas.
Um silêncio ruidoso como só as coisas sabem ter.
As pessoas não são assim ruidosas no seu silêncio; às vezes são
distantes, ausentes; outras deveras presentes e barulhentas no seu
silêncio mudo, mas ruidosas nunca.
Nunca encontrei calma no
silêncio, ele esmaga-me por dentro. É um vazio pesado que nos esmaga
contra a fria pedra da verdade inútil da realidade.
Façam
barulho, exijo que gritem, que falem alto, que partam pratos e deixem
cair talheres, que existam em não silêncio para eu me fingir presente.
Para me fingir audível, para fingir ter ruído como as coisas...
As coisas têm ruído pois têm a sua função.
E eu quero ter o ruído do silêncio das coisas.
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